E HOJE É NATAL

E hoje é Natal. De novo é Natal. E os outros dias o que são?
Ah sim, também se multiplicam os "Jantares de Natal", de amigos, da empresa, das mulheres, das amigas da faculdade... E tudo porque é NATAL!!!...
Ah o Natal o Natal!
Faz-se o Jantar dos SEM ABRIGO, e os jantares para os pobres, a "MITRA" uma noite no ano torna-se num Restaurante de "LUXO". E lá acorrem os pobres... mais vale um jantar do que nenhum jantar...
Ah e o Pai Natal?! Tão vermelho e barbudo assustando as criancinhas que choram exasperadamente enauanto os pais sorridentes convemcem-na a sorrir e dizendo maravilhas do Pai Natal.
Mas que Pai Natal! Que merda!
E JESUS? Onde fica o verdadeiro sentido do acto que se celebra no dia 25 de Dezembro? E será que foi em Dezembro que esse MENINO nasceu? Desculpem a minha frieza, mas é mesmo assim! Sem dó nem piedade. Tão só porque apenas é NATAL um dia no Ano.
E nos outros trzentos e não sei quantos dias do ano, onde o comem os sem abrigo, e os bens essenciais das crianças, e os alimentos para os que morrem de fome pelo planeta?????
Pois é! é Pena. Porque não é Natal.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

AMANTES ETERNOS COR DE FOGO

Entardecer febril de espigas douradas.Crepitantes, bebem do ocaso o sémen da vida. Prazer solitário e ofuscante. Prazer que o sol em caricias, fáz renascer o crescente ofegar das ervas secas entre os gemidos mascarados de brisa. Orgasmo da Natureza cor de fogo. Esse que queima de mansinho o sexo da folhagem. Virgem nasceu nos esteiros do rio, onde secretamente se deitou em delirios com o sol. Ali apenas eu ... Eu testemunha desse enleio, onde o proibido nunca entrou. Um dia ouvi o segredo do seu Amor. Foi numa tarde de Janeiro em que quis fugir da cidade e do seu buliço doentio. E corri na direcção do Sol. Penetrei na privacidade desse restolho que nasceu e cresceu nas margens dos insinuosos esteiros do Tejo. Cheguei num momento especial. Eles amavam-se... Envolvidos num interminável abraço faziam o amor desconhecido. Um acto sereno, colorido e sensual... E eu fui ficando ali extasiada de tanto encantamento... E o gemido da folhagem escondia um bailado jamais visto, que ondulava ao sopro suave do vento... E eu deixei-me ficar por ali perfeitamente fascinada por tanta sensualidade e luz.
Eu...
Eu fui testemunha de um acto que não tem tempo...
... E registei a beleza de um orgasmo que não tem princípio nem fim.

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